segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

OS RISCOS DO EXAME PERIÓDICO OU "EXAME DE ROTINA", ALIADO OU VILÃO ?

Esse tópico é muito interessante e muito importante, afinal de contas, todos os médicos (sem exceção) são entusiastar em enfatizar a importância dos exames de rotina! Mas por que justo eu, que também sou médico e trabalho exclusivamente na realização de exames, venho dizer exatamente o contrário?
Justamente por esse motivo! Sei o que passa nos bastidores, conheço o funcionamento dessa verdadeira indústria dos exames, onde os únicos beneficiados são os donos de hospitas, clínicas e operadoras de planos de saúde!
Os exames de rotina só seriam úteis para o diagnóstico de doenças ocultas e em fase inicial (como as pessoas "acham" que eles servem), se fossem solicitados seguindo rígidos critérios! Saibam que um exame que serve para "chico", não serve para "francisco"! 
O pior de tudo é que, além de não trazerem nenhum benefíco ao paciente, exames solicitados sem critério podem colocar sua saúde em risco, pelo seguintes motivos:
Todos os tipos de exame, desde os exames de laboratório, até os de imagem, como ultrassonografia (mesma coisa que ecografia), tomografia computadorizada, ressonância magnética e etc, podem apresentar resultados falso positivos e falso negativos! Falso positivo é quando o exame mostra a presença de uma doença (seja um tumor ou um simples cálculo, por exemplo) que simplesmente não existe! Falso negativo é o contrário, a doença está lá, mas o exame não consegue ver!
Se você acha que não corre esse risco, pois só faz exames nas melhores clínicas e laboratórios do país, saiba que está muito enganado, pois quanto mais avançado o exame e quanto mais moderno o aparelho, menores são as taxas de falso negativo (e isso é bom), porém muito maiores se tornam as taxas de falso positivo (e isso é muito bom para o dono da clínica, para o dono do hospital e para a operadora do plano de saúde, mas é péssimo para você), e não sou eu quem digo isso não, acreditem, são os próprios fabricantes desses aparelhos!
Sendo assim, se azer exames em locais conceituados não resolve o problema, mas o que resolve?
Simples, procurar médicos sérios e criteriosos, que antes de solicitar qualquer exame saibam fazer uma consulta detalhada, não conversando sobre moda ou futebol com o paciente, mas sim perguntando sobre absolutamente tudo relacionado à saúde de seu paciente, desde a sua infância até a idade adulta, sobre todas as doenças pregessas e atuais, cirurgias, internações, tratamentos etc... 
Além disso tudo, fazendo um exame físico detalhado: auscultando, olhando, examinando, apalpando, enfim, tudo que todo médico deveria fazer sempre, mas a maioria não faz nunca!
A partir desse exame clínico detalhado, decidir então quantos e quais exames seriam necessários para cada tipo de paciente em especial, pois todos somos diferentes e possuímos susceptibilidades diferentes a cada tipo de doença ou mal. Para pedir tudo, sempre e para todo mundo, não precisava nem ser médico, ou melhor, nem ter curso superior!
Gestos simples e básicos como esses, poderiam reduzir a quantidade assustadora de cirurgias desnecessárias, como cirurgias de nódulos mamários que simplesmente não existem, cistos de ovário imaginários, cálculos renais tão reais quanto o papai noel, "tumores fantasmas" e etc... 
Não é possível que você, paciente, seja ingênuo ao ponto de achar que, diante de uma situação dessas, o médico vai chegar para você após a cirurgia e dizer: 
"- Desculpe amigo, seu nódulo na verdade não existe, foi um erro de exame!"
Ele vai é arrancar esse nódulo, quer ele exista ou não, e você nunca vai saber a verdade (infelizmente é assim que acontece), pois a medicina possui "meios" de "mascarar" eses dados! (e como possui !) 
Portanto amigo, fuja desses médicos canastrões, de conversa agradável e que literalmente "reviram" você dos pés a cabeça, eles não sabem o que estão fazendo e certamente vão prejudicar muito a sua saúde!
Se você não mudar, os médicos não mudarão nunca! Pense nisso!

Dr. Renato Paula da Silva (médico especialista e titular pelo Colégio Brasileiro de Radiologia).


sábado, 1 de fevereiro de 2014

AS DEZ PRINCIPAIS MENTIRAS SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO

1 -EXISTEM MULHERES QUE NÃO TÊM LEITE OU PRODUZEM POUCO LEITE.
Muitas mulheres tem essa queixa logo após o nascimento de seus bebês, e os pediatras muitas vezes por "preguiça" em dar uma orientação adequada ou por outros interesses escusos, preferem prescrever leite artificial, ao invés de dar orientações de como a mãe poderia produzir mais leite. Na realidade, as duas principais causas de pouca produção de leite materno logo após o nascimento do bebê são:
Cesárea agendada - além de um grande estudo realizado na Inglaterra já haver provado que a cesárea agendada aumenta o risco de desconforto respiratório no recém-nascido (o bebê nasce "cansadinho"), ela também está associada a uma demora maior para a "descida" do leite após o nascimento do bebê.
Pega incorreta - quando o bebê, devido a uma má orientação recebida pela mãe, não abocanha corretamente o mamilo. 











2 - EXISTE LEITE "FRACO".
Muitas vezes, a mãe fica trocando o bebê da mama direita para a esquerda a cada mamada, antes que ele consiga esvaziar completamente uma das mamas. A composição do leite materno muda de acordo com o grau de esvaziamento da mama, no início ele é rico em água e pobre em gordura e no final, quando a mama está quase vazia, ocorre o contrário, ele se torna rico em gordura e pobre em água. Se a mãe não deixa o bebê esvaziar toda a mama antes de trocar de mama, o bebê acaba perdendo esse leite rico em gordura, ficando com fome e tendo dificuldade em ganhar peso. Por esse motivo, é fundamental que a mãe só troque de mama após o bebê esvaziar a mama toda, mesmo que o bebê tenha que fazer grandes pausas até conseguir.

3 - COM AS NOVAS TECNOLOGIAS, O LEITE ARTIFICIAL E AS FÓRMULAS LÁCTEAS CONSEGUEM SUBSTITUIR O LEITE MATERNO, SEM PREJUÍZO PARA A CRIANÇA.
Essa é a maior mentira de todas, sem dúvida! Basta fazer uma pequena visita ao site da American Academy of Pediatrics e conferir o que estou afirmando. Do ponto de vista simplesmente da composição nutricional do leite, as diferenças não são tão evidentes. Mas os benefícios do leite materno vão muito além disso. Alguns dos principais componentes do leite materno, como os anticorpos por exemplo, não têm substitutos à altura, mesmo que a criança tome todas as vacinas! Além disso, cada leite (de cada mãe) tem uma composição diferente, de acordo com os hábitos alimentares dela e isso influencia no hábito alimentar da criança até a idade adulta! Pediatras que não defendem veemente o aleitamento, certamente andam ganhando "presentinhos" demais dos representantes dos fabricantes de fórmulas lácteas, que visitam todos os meses, todos os pediatras (confirme essa informação com o seu pediatra ou simplesmente observe no consultório dele objetos decorativos ou de uso pessoal que contenham o nome dos fabricantes das fórmulas).

4 - MEU BEBÊ TEM ALERGIA AO LEITE MATERNO.
Não há possibilidade de um recém-nascido desenvolver alergia a qualquer coisa que seja (já que o sistema imunológico deles ainda não é maduro o suficiente para isso), nem existe intolerância à lactose do leite materno. Apenas uma doença genética rara, chamada galactosemia, pode eventualmente contra-indicar o uso de leite materno para o bebê, porém a sua incidência fica entre 1 para 30.000 a 1 para 60.000 nascidos vivos, e é uma doença genética, com vários outros sintomas associados e sem cura, apenas controle. Só para se ter uma ideia, a probabilidade de acertar o primeiro prêmio da loteria federal é de 1 para 96.000; portanto, antes de achar que seu bebê acertou na loteria federal, procure saber se a fórmula que a pediatra lhe prescreveu, não é (por coincidência) da empresa que pagou sua última viagem de férias! Além do mais, é importante verificar, sempre que um bebê apresentar cólicas e diarreia com uso de leite materno, se o problema não está na alimentação da mãe, causa muito mais comum!

5 - AMAMENTAR DÓI, É DESCONFORTÁVEL E DEIXA O PEITO CAÍDO.
Três mentiras de uma só vez, são ditas junto com a mentira do item 6, quando se quer vender leite artificial a uma mãe! Realmente para as mães que não fizeram exercícios no mamilo durante a gravidez, as primeiras mamadas são desconfortáveis, porém, após um curto período de adaptação, a amamentação se torna prazerosa e muito gratificante, estabelecendo um vínculo indissolúvel entre a mãe e o bebê. A falta de atividade física, cirurgias muito precoces (mamoplastia e colocação de prótese de silicone em mulheres muito jovens) são as principais causas de flacidez precoce; e não a amamentação! Não se pode deixar de citar os fatores genéticos, às vezes implacáveis com a mãe, porém a amamentação sempre leva a culpa!

6 - MAMILOS PLANOS OU INVERTIDOS CONTRA-INDICAM A AMAMENTAÇÃO.
Nunca! Existem exercícios simples, que devem ser orientados pelo obstetra desde o pré-natal, mas que também funcionam mesmo que o bebê já tenha nascido. Não deixe isso ser desculpa, pois preço a ser pago não vale a pena.



7 - A COLOCAÇÃO DE PRÓTESE DE SILICONE NÃO ATRAPALHA A AMAMENTAÇÃO.
Parcialmente mentira! A depender do tamanho da prótese, do tipo de cirurgia e da sua localização pode atrapalhar sim, e muito! Mas é importante salientar que mesmo mães que tenham prótese, devem amamentar seus bebês, superando qualquer dificuldade, o que será motivo de orgulho para ela no presente e no futuro! Os benefícios compensam o sacrifício!

8 - BICOS, CHUPETAS E MAMADEIRAS NÃO SÃO PREJUDICIAIS.
Claro que são, as mamadeiras e os bicos são a principal causa de insucesso observado na amamentação, nos dias atuais! Além disso, todos eles aumentam a chance de defeitos nos dentes e aumentam a necessidade de uso do aparelhos ortodônticos!

9 - BEBÊS QUE MAMAM AO PEITO DEVEM TOMAR CHÁS, SUCOS, ÁGUA E VITAMINAS ANTES DOS SEIS MESES DE VIDA.
Não só não devem, como não podem, pois prejudicam a amamentação e fazem mal à criança!


10 - AMAMENTAÇÃO NOS DIAS DE HOJE, É UMA ESCOLHA DA MÃE.
Não é o que dizem os maiores especialistas na área, tando da American Academy of Pediatrics, como da S.B.P. (Sociedade Brasileira de Pediatria), já existem evidências científicas suficientes para afirmar que, além dos evidentes benefícios para a mãe, amamentar é uma obrigação! Ela reflete na inteligência, capacidade de socialização, hábitos alimentares e imunidade ativa e passiva da criança! Além disso, também afirmado por essas mesmas sociedades, bebês que usam leite artificial e fórmulas lácteas, possuem maior propensão ao desenvolvimento de várias doenças, dentre as quais, já existe comprovação científica para as seguintes:
- diarréias;
- bacteremia;
- meningite bacteriana;
- infecções respiratórias;
- otite média;
botulismo;
- infecção urinária;
- enterocolite necrotizante;
- síndrome da morte súbita;
- diabetes mellitus insulino-dependente;
- doença de Crohn;
- linfoma;
- retocolite ulcerativa e outras doenças digestivas crônicas;
- doenças alérgicas (asma, ectopia, chiado).



ALÉM DE TUDO ISSO, A AMAMENTAÇÃO:

- DIMINUI O RISCO RELATIVO DE CÂNCER DE MAMA (já comprovado por grandes ensaios clínicos);

- DIMINUI (E MUITO) O RISCO DE OBESIDADE INFANTIL, QUE ESTÁ COMPROVADAMENTE ASSOCIADA A DOENÇAS COMO CÂNCER, INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E DERRAME CEREBRAL (AVC);

- DIMINUI NECESSIDADE DE USO DE REMÉDIOS E COMPLEMENTOS ALIMENTARES DESDE OS PRIMEIROS DIAS DE VIDA DO BEBÊ;

- AUMENTA A INTIMIDADE ENTRE A MÃE E O BEBÊ;

- É MUITO MAIS BARATA;

- OFERECE MENOS RISCO DE CONTAMINAÇÃO, POIS DISPENSA NECESSIDADE DE FERVER OS MATERIAIS (BICOS, CHUPETAS, ETC).





PENSE BEM, VALE A PENA SEGURAR A CULPA?









Dr. Renato Paula da Silva - especialista.


Referências bibliográficas:
- Rea, M.F. A amamentação e o uso do leite humano: o que recomenda a Academia Americana de Pediatria.  Pediatr (Rio J) 1998;74(3):171-2
Victora CG & cols. Evidence for protection by breastfeeding against infant deaths from infectious diseases in Brazil. The Lancet 1987; 2:319-322.
- Feachem RG, Koblinsky MA. Interventions for the control of diarrhoea diseases among young children: promotion of breastfeeding. Bulletin of the WHO 1984; 62:271-291.
- de Zoysa I, Rea M , Martines, J. Por que promover a amamentação nos programas de controle de diarréia? Rev Nutr PUCCAMP 1995; 8:101-124.
BEMFAM/ DHS. Brasil: Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, 1996. Março, 1997.
- WHO/UNICEF. Breastfeeding and maternal medication: recommendations for drugs in the 8th WHO Model List of Essential Drugs. Publ.WHO/CDR, 1995.
-WHO. Diarrhoea Diseases Control Programme. CDD Update nº 9, Aug. 1991. WHO, Geneva.
- Martines JC, Rea MF, de Zoysa I. Breastfeeding in the first 6 months: no need for extra fluids. Brit Med J 1993; 304: 1068-69.
- OMS. Proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno: o papel especial dos serviços materno-infantis. Genebra, 1989.
- WHO. International Code of Marketing of Breastmilk Substitutes. WHO, Geneva, 1981.
- INAN/ Ministério da Saúde. Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes. Brasília, 1988. Revista como Resolução do CNS/31/92 de 12/10/1992.

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